Lá se vão duas décadas desde que a paulistana Patricia Lachesi se tornou para o Brasil inteiro a "menina do primeiro sutiã". Hoje, aos 30 anos, no 80º sutiã e mãe de um garoto de 13, ela falou com TPM sobre o tamanho dos peitos (que mantém originais), beleza, sexualidade - e teatro, sua maior paixão.
(POR MICHELE ALVES FOTO DANIEL PINHEIROS)

Vale a pena ver de novo: Patrícia Luchesi hoje, remonta pose
que a tornou famosa como a gorota do primeiro sutiã.
Cena um: meninas de 11 ou 12 anos se exercitam em fila, no que parece ser uma aula de educação física. Uma delas, ruivinha, observa as colegas, com o canto do olho.
Cena dois: um quarto de menina, uma boneca sobre a cama. Ao lado dela, alguém deixa uma caixa vermelha com um laço branco.
Cena 3: a ruivinha abre seu armário no vestiário do clube, onde as amigas se trocam e andam de um lado para o outro, sem camiseta, só de sutiã. A menina se esconde atrás da porta do armário e tira a camisa. Ela só mostra as costas nuas, e seu olhar por cima dos ombros, em direção às colegas.
Cena 4: a garota chega em casa emburrada, joga a mochila em um canto do quarto, pega a boneca e senta na cama. Só então vê a caixinha vermelha, abre e descobre: ganhou um sutiã. Simples, branco, de algodão. Eufórica, corre para a frente do espelho, veste a peça, se olha, faz poses.
Cena 5: ela surge em uma avenida movimentada, usando jeans e camiseta branca — que deixa transparecer o sutiã. Um rapaz passa por ela e flerta. A mocinha rapidamente protege o corpo com uma prancheta, escondendo o sutiã. Aos poucos, vai deixando o escudo cair e segue em frente, abrindo um sorriso.
Dependendo de quantos anos você tinha em 1987, sabe muito bem que roteiro é esse: “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”, comercial criado por Washington Olivetto para a marca Valisère. O filme é protagonizado por Patrícia Luchesi, 30 anos hoje — e, na época, 11. Nesta edição de Tpm, dedicada a nossos companheiros de toda a vida — os peitos —, seria impossível não lembrar dela e de seu primeiro sutiã no filme que tratou com muita sensibilidade o rito de passagem por que todas nós passamos — aquele momento delicadíssimo por volta dos 11, 12 anos (nas crianças de hoje, um pouco mais cedo) em que os seios entram em cena, ainda que timidamente, e nos abrem as portas do clube das mulheres.
“Eu fico feliz de ser lembrada até hoje, porque é um trabalho que marcou uma época, além de marcar minha vida. É um comercial histórico, bonito e bem-feito. Então, me sinto privilegiada por ter sido escolhida. Quem não gosta de trabalhos assim?”, diz ela, simpática e sorridente no apartamento que divide com o filho, Matheus, 13, e com o atual marido, o diretor de TV Paulo Trevisan, no bairro do Morumbi, em São Paulo. Detalhe importante: Patrícia não pôs silicone. Os peitos são os que Deus lhe deu — embora ela não ache nada de mais a idéia de fazer uma cirurgia plástica.
4 comentários:
Na minha opinião a propaganda do primeiro sutiã é considerada um clássico dos comerciais brasileiros, pois além de ser marcante, marca toda uma fase de transformação da mulher, onde a frase escolhida para a propaganda virou um bordão nacional conhecido até hoje depois de vinte anos, isso prova como uma frase criativa e bem elaborada com tal situação valoriza não só a agência que trabalhou no projeto e sim como toda a marca e até mesmo o publico alvo que é a mudança de fase da mulher.
Clássico da propaganda brasileira e porque não mundial, meu primeiro sutiã campanha da Wbrasil para valisère não só marca a passagem de vida de uma menina se tornando uma mulher como também explora muito bem a questão da sensibilidade e suavidade da mulher e isso pode se notar em alguns aspectos técnicos como os efeitos sonoros que enfatizam cada uma das emoções vividas pela pequena garota.
Outra grande característica da propaganda que foi muito bem explorada pela wbrasil é a continuidade da campanha afinal que de nos meninos não se lembram da campanha seguinte da valisère aonde um menino dessa vez chega ao seu ápice como homem ao ver meninas se banhando no chuveiro escolar e os dizeres inesquecíveis “O primeiro sutiã agente nunca esquece. Valisere." referindo-se a quando o sutiã das meninas que o garoto observa é retirado. Por tanto defino que explorar essa passagem na vida de meninos e meninas foi uma sacada não só inteligente mas também oportuna pois naquela um das maiores audiências da TV era a do publico infanto-juvenil.
Miller
Você precisa reler seu texto, a fim de não deixar passar problemas que, para um publicitário, não podem ocorrer.
Vania
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